4.8.10

Que pássaro é esse??

Um canto triste e melodioso ecoa pelos Campos de Altitude da Serra Quiriri, quem seria essa criatura? que interpreta com sua capacidade de expressão sonora, de forma tão apropriada, sentimentos tipicamente humanos experimentados nestes ambientes, como solidão e melancolia... Ali, e mais adiante, aquele pássaro azul, cuja identidade obscura, desafia biólogos que transitam pela localidade, visita os afloramentos de granito, e a periferia da Floresta, espreitando pequenos seres, e aproveitando o frutos da mãe terra.

Inúmeras são as aves que habitam a serra Quiriri, e nas linhas seguintes serão descritas, algumas das principais penosas avistadas, bem como identificadas pelo som, que puderam ser registradas na localidade nos últimos 15 anos.

Nos Campos de Altitude, andando-se com cuidado e silêncio, é possível deparar-se com a Perdiz (Rhynchotus rufescens) que ao avistar a criatura denominada Homo sapiens, dispara em voo alucinante e rasante, rumo ao primeiro vale que lhe possa abrigar e proteger. Segundo o conhecimento popular, esta ave realiza três vezes o comportamento descrito, e em seguida ocorre uma espécie de "cansaço", estratégia pela qual este animal, seria muitas vezes abatido de forma ilegal.
Confira AQUI uma amostra de som típica da espécie, gravada em Bom Jardim da Serra, Santa catarina (Fonte: xeno-canto.org).



Nas Florestas, desde uns 100 m anm (metros acima do nível do mar) até aproximadamente 800-900 m anm é possível escutar um Juiz ressoando seu apito, talvez Juiz de paz, pois sua
presença indica uma relativa preservação, conhecido popularmente como Inhambú Guaçú (Crypturellus obsoletus), essa ave ratita (que não voa) pode ser escutada junto ao rio três Barras em região próxima aos campos. Informações sobre as espécies de Inhambú do Brasil podem ser apreciadas no seguinte link: espécies brasileiras de Inambú no programa Cantores bons de bico. O Inambú que tipicamente habita a região da serra Quiriri pode ser apreciado AQUI, amostra de som oriunda de São Paulo, serra de Paranapiacaba (Fonte:xeno-canto.org).

Nos arbustos de Psychotria nuda Wawra, entre altitudes de 100 e 400m anm, saltita uma criatura azulada entre os ramos, e ela não está sozinha, existem outro indivíduos, geralmente 3-5, em ritual de acasalamento, cortejando, dançando e disputando uma fêmea, trata-se do Tangará-brasa ou Tangará-dançador
(Chiroxiphia caudata) Confira algumas curiosidades e os sons típicos desta ave AQUI.


Ameaçado de extinção o Macuco (Tinamus solitarius) é uma das aves mais características das encostas íngremes da serra do Mar. Contam os mateiros, que repete três vezes seu pio e em seguida se empoleira para dormir, comportamento observado pelos caçadores para abater a ave. A espécie arbórea, denominada Pau-macuco (Bathysa meridionalis) é considerada como lugar típico de pouso, e o contorno das enormes folhas desta espécie lembram sua silhueta, sendo possível uma ave abrigar-se da chuva, sob uma única folha. O som de Macuco característico da região da serra Quiriri, é semelhante ao do seguinte ÁUDIO registrado em Linhares, no Espírito Santo (Fonte:xeno-canto.org).

Tucano de bico verde Ramphastos dicolorus
Aquele que escuta este ser vivo vocalizando na Floresta, pode acreditar, em um determinado tempo irá chover, podem ser em duas ou doze horas, estes animais costumam ser observados com mais freqüência quando a temperatura começa a esquentar. Na serra Quiriri, é encontrado na trilha que conduz ao Monte Crista, na encosta Atlântica priamente dita, em altitudes que variam dos 50 aos 500 m anm. Saiba mais sobre os as espécies brasileiras de Tucanos no programa Cantores bons de bico. O som característico do Tucano de bico verde pode ser reproduzido AQUI, amostra de som oriunda de São Paulo, serra de Paranapiacaba (Fonte:



Citar a serra Quiriri, bem como seus ambientes de altitude, e não comentar sobre o Corócoxó (Carpornis cucculata), seria uma erro, pois esta ave, é pouco avistada, porém muito escutada, servindo como um indicador de altitude para os montanhistas que exploram a região, pois ocorre, tipicamente acima de 500 m até aproximadamente 1000 m anm. Seu canto onomatopéico (cujo som se assemelha ao nome da ave) é muito característico, pelo qual é facilmente reconhecida na mata. Para conferir o som produzido por esta ave clique AQUI. Som gravado em na RPPN Prima Luna, Nova Trento, Santa Catarina (Fonte: xeno-canto.org).

Caminhando serra acima, é possível encontrar o Urú (Odontophorus capueira), ave também ratita, semelhante a uma codorna, e característica pela cor avermelhada que circunda os olhos, bem como pela cor parda que cobre a cabeça. Emitem som muito pitoresco, geralmente em grupo, lembrando, a grosso modo uma sirene. AQUI voce pode conhecer o canto típico desta espécie, amostra de som oriunda do Ceará, serra do Baturité (Fonte:xeno-canto.org).



Um comentário:

  1. boua bambussssssss
    mandou bem no post
    e o corocoxo então difícil de ver esse esse cara né!!!????
    abrazo

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